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Pensamentos de um espírito
_ A mais terrível das dores é a da dúvida.
Estou à beira deste abismo há poucos instantes e sinto que se passaram séculos. Pensando bem, séculos se passaram, mas procuro olhar a imensidão como se fosse a primeira vez.
Olho o mesclar do negro do espaço, do azul celeste, dom carmesim do crepúsculo, do verde marinho como se esperasse uma resposta milagrosa que elucidasse o que não compreendo.
Vidas e vidas se passam, o tempo finda e este espírito não conhece a paz.
Sentado à beira do mar como um ansioso escritor frente a uma folha em branco que nunca consegue preencher.
Talvez se amasse mais, ou odiasse menos, talvez se desperdiçasse menos tempo com planos inúteis e fizesse atos menores, mas concretos e cumpridos.
Talvez se prestasse mais atenção em ver meus filhos crescendo ou nos sorrisos da minha companhia e parasse de ter a certeza que tudo passa um dia, nascer e morrer são faces da mesma moeda.
Talvez se tivesse escrito tudo o que me vinha à cabeça ao invés de me preocupar se algum leitor não gostasse.
Talvez se eu reclamasse menos e confiasse na divina providência.
Talvez se eu me ocupasse em matar a fome do mundo todo ao invés de saciar a minha somente.
Talvez se eu gritasse por Deus e Lhe perguntasse claramente o que quer de mim. Será que Ele responderia? Ou talvez Ele esteja me dizendo o tempo todo e eu não O ouça?
Hmm...Paciência sempre foi uma valiosa virtude àqueles que querem deter conhecimento e sabedoria, certo?_
Pensando isto o espírito voou pra dentro de mais um Pôr-do-sol.
Percival Virgo, 14/08/2001.